Às vezes finjo que estou fazendo algo e escondido olho por cima do ombro para ver meu filho a brincar. Sozinho, inventando histórias com seus brinquedos, construindo do chão - que um dia brinquei feito criança - em cidades, muros e castelos gigantescos. É lindo, mágico. É quase surreal – para não dizer ‘sem palavras’ – a rotineira cena das brincadeiras, a mente a todo vapor, nem sempre mostrando algo lógico, mas isso é realmente o que menos importa. De tempos em tempos a minha voz tem que intervir em algo que não cabe, e lembro-me da voz de minha Mãe que vinha do andar debaixo quando, sem ter noção, ‘tentava’ derrubar a casa.
Ele para, olha pra mim, pergunta o por que do corte em minha perna, o digo que foi em uma partida de futebol e ele me mostra uma mancha em seu joelho, e diz que também foi quando estava jogando. Manchas no joelho... também as tenho, fruto não só de jogos de futebol, mas de quedas de bicicleta, algumas que doem até quando eu me lembro – e escuto as vaias de quem me viu a cair e ao invés de ajudar, apontou o dedo em gargalhadas. Espero que a arte de fazer uma simples curva não se transforme em problemas para ele, assim como eu enfrentei quando estava a aprender a andar sobre duas rodas.
Torço bastante para as memórias infantis que ele há de levar durante a sua vida, sejam alegres, como as que eu tenho. Meu filho que tanto amo.
terça-feira, 19 de abril de 2011
sexta-feira, 15 de abril de 2011
Segunda chance
Enfim sós. Como há muito tempo não estavam. O lugar não era o mesmo de antigamente, mas isso nem importava, o que valia realmente eram as quatro paredes os separando do mundo. Estranho, mas apesar de tudo que já haviam passados juntos, a imagem que ele sempre tinha dela era a das mais porcas, quando a viu agachada a jogar tudo o que havia consumido durante a noite, jogando também um fedor absurdo. Comida misturado à bebida barata. Os olhos caídos, a parte da roupa no chão e a que ainda a cobria totalmente molhada, suja. A lembrança não era só essa... haviam também os dois sentados, em meio a todos que estavam em pé, e apesar da barreira humana, apesar daquelas pernas inquietas, dava sim para enxergar o horizonte, mesmo que escuro.
A pergunta que surgiu nela quando estavam mais uma vez juntos foi: ‘e se naquela ocasião ele tivesse se entregado também?’ – a vista já não estava boa, quando se recorda daquela noite não a visualiza totalmente em cores perfeitas, há sempre uma mancha, um esquecimento, algo que se perdeu ou que nunca existiu em sua memória. Ela apenas sabe que se jogou, ultrapassou o medo ainda infantil que a acorrentava, e ele, que vivia a cem por hora, querendo viver perigosamente em roletas russas, enfim parou ao ver o sinal vermelho, bem antes da faixa de pedestres. A pergunta a martelava! Martelava! O que teria sido de nós? O mesmo que aconteceu e nos afastou? Ou simplesmente... ‘acho que ele ali não me viu ou que talvez agisse como o homem que sempre achei que ele foi. E nunca um covarde’ – e agora eles estavam ali, mais uma vez frente a frente, haviam vividos tantas coisas desde aquele ultimo encontro, idéias diferentes, o álcool que ainda era ingerido, mas não saia mais da mesma forma, mas sim em formas de gargalhadas e palavras desconexas. Mas o sorriso...bem, ali ainda era o mesmo, em ambos. Existia ainda claramente o ar adolescente de rir de qualquer coisa. Mais uma vez estavam juntos e os dois sabiam que uma segunda chance é privilégio para poucos. Se abraçaram, se beijaram, se excitaram, perceberam que a química ainda funcionava perfeitamente entre ambos. Ficaram assim por um bom tempo. Deitaram na cama, ela de costas pra ele, mas bem juntos e abraçados ainda. As pernas que se multiplicaram, mas mesmo assim ocupavam o espaço de duas.
Os abraços não eram fortes, assim como o sentido já não respondia corretamente a coisas lógicas e aceitáveis. Ficaram assim até perder totalmente o juízo. E dormiram.
A pergunta que surgiu nela quando estavam mais uma vez juntos foi: ‘e se naquela ocasião ele tivesse se entregado também?’ – a vista já não estava boa, quando se recorda daquela noite não a visualiza totalmente em cores perfeitas, há sempre uma mancha, um esquecimento, algo que se perdeu ou que nunca existiu em sua memória. Ela apenas sabe que se jogou, ultrapassou o medo ainda infantil que a acorrentava, e ele, que vivia a cem por hora, querendo viver perigosamente em roletas russas, enfim parou ao ver o sinal vermelho, bem antes da faixa de pedestres. A pergunta a martelava! Martelava! O que teria sido de nós? O mesmo que aconteceu e nos afastou? Ou simplesmente... ‘acho que ele ali não me viu ou que talvez agisse como o homem que sempre achei que ele foi. E nunca um covarde’ – e agora eles estavam ali, mais uma vez frente a frente, haviam vividos tantas coisas desde aquele ultimo encontro, idéias diferentes, o álcool que ainda era ingerido, mas não saia mais da mesma forma, mas sim em formas de gargalhadas e palavras desconexas. Mas o sorriso...bem, ali ainda era o mesmo, em ambos. Existia ainda claramente o ar adolescente de rir de qualquer coisa. Mais uma vez estavam juntos e os dois sabiam que uma segunda chance é privilégio para poucos. Se abraçaram, se beijaram, se excitaram, perceberam que a química ainda funcionava perfeitamente entre ambos. Ficaram assim por um bom tempo. Deitaram na cama, ela de costas pra ele, mas bem juntos e abraçados ainda. As pernas que se multiplicaram, mas mesmo assim ocupavam o espaço de duas.
Os abraços não eram fortes, assim como o sentido já não respondia corretamente a coisas lógicas e aceitáveis. Ficaram assim até perder totalmente o juízo. E dormiram.
terça-feira, 5 de abril de 2011
Atende o celular!
Depois de muito tempo atendendo o celular que fora esquecido pelo amigo no trabalho e não tendo resposta, o sujeito muito P da vida diz: “ah, vou atender mais não, ninguém fala nada” – eis que olho pra ele e digo: “quando tocar novamente, olha se aparece o nome de quem está ligando, qualquer coisa tu liga de volta”.
Ele vira pra mim e diz: “é o soneca”:)
“soneca” no celular é = a ‘Alarme’.
Ele vira pra mim e diz: “é o soneca”:)
“soneca” no celular é = a ‘Alarme’.
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