Confesso que nem sempre abraço forte quem eu deveria sempre andar colado, corro assim o risco de um dia lamentar, caso o leite vier a derramar ou sofrer a míngua pela flor que morre ou simplesmente murcha. Não me considero um amante perfeito, os meus defeitos são bem claros, por vezes trocando sensações ‘banais’, mas conjugais, por irrelevantes prazeres singulares. Talvez as preocupações em mim sejam habituais em qualquer um, o sentimento de não se ver e muito menos retribuir a altura os carinhos recebidos pelo próximo pode chegar a se transformar em algo preocupante, e não estou falando em desespero, longe disso, mas às vezes não é tão simples a responsabilidade de sempre regar uma flor, o esquecimento de lhe garantir água um dia é tão preocupante como quando se tem a sensação de que à afundou em uma enchente.
A flor que às vezes esqueço-me de regar é linda, em todos os sentidos. Com suas pétalas a acariciar meu rosto, usando seus espinhos só quando é preciso, apesar de às vezes ser espinhos que eu mesmo faço brotar, com as suas raízes fortes em volta de mim, me fazendo um bem que nem mesmo o mais otimista dos sábios chineses pensou que um dia tamanha gratidão seria gratuita, e certificando que o meu futuro é garantir não só a água para regar-lhe, mas também a proteção contra o sol e a chuva.
sábado, 22 de novembro de 2008
quinta-feira, 13 de novembro de 2008
Ontem à noite
Nem lembro se ontem tomei ou não um banho depois de tudo. Acho que não, ainda posso senti-lo descer em minhas pernas. Ahhh, adoro quando ele me faz sentir assim, sem sentido, sem lembrar de mais nada além do infinito instante que estamos no topo do mundo, desfrutando a sensação gostosa que nem o mais doce dos chocolates pode me proporcionar, transformando esse quarto abafado num palco ao ar livre, suspenso no ar, me deixando com a cabeça nas nuvens, planando com vento forte em meu rosto sobre um mar azul de águas calmas, adoro quando ele aflora em mim fantasias que escondo até de mim mesma, ditando um roteiro pornô em meus pensamentos, se transformando em vários homens sobre mim, me fazendo ser a mais puta das levianas, sem perder a sensação da santidade, transformando palavrões e xingamentos sussurradas em meus ouvidos na maior das invenções eróticas, exclusivamente criada para me deixar mais excitada, adoro quando monta em mim e se prende com força em meus cabelos para não cair quando me faz de montaria.
Deitado assim em volta dos lençóis ele mais parece uma criança, perdido nesse sono que parece não ter fim. Não quero ser egoísta, mas a vontade de acordá-lo é grande, e recomeçar o que foi feito para não ter fim. Não, não posso acordá-lo, assim estarei sendo mais que egoísta, estarei sendo louca também. Algumas noites foram feitas para ser eternas, tentar prolongá-las é ir contra o rumo natural de tudo. Procurar descansar mais um pouco é o que devo fazer, guardar e absorver um pouco mais do gosto dele emprenhado em todo meu corpo. Durma, durma bem, repouse bastante, mais tarde à noite estarei aqui esperando você me falar ‘Eu te amo’ novamente, resta à surpresa se a declaração será feita com as três palavras ou da mesma forma de ontem. Espero que das duas maneiras.
Deitado assim em volta dos lençóis ele mais parece uma criança, perdido nesse sono que parece não ter fim. Não quero ser egoísta, mas a vontade de acordá-lo é grande, e recomeçar o que foi feito para não ter fim. Não, não posso acordá-lo, assim estarei sendo mais que egoísta, estarei sendo louca também. Algumas noites foram feitas para ser eternas, tentar prolongá-las é ir contra o rumo natural de tudo. Procurar descansar mais um pouco é o que devo fazer, guardar e absorver um pouco mais do gosto dele emprenhado em todo meu corpo. Durma, durma bem, repouse bastante, mais tarde à noite estarei aqui esperando você me falar ‘Eu te amo’ novamente, resta à surpresa se a declaração será feita com as três palavras ou da mesma forma de ontem. Espero que das duas maneiras.
Confissões de um enganador
Acho que o tempo parou, ou melhor, acho que aquele último trabalho que fiz, já com alguns meses, não valeria mais o mesmo valor que recebi em troca, se fosse ter que suar de novo para concluir o trabalho, hoje pediria bem mais em troca. Na verdade a minha valorização não se deve a inflação ou as mazelas do mercado internacional, mas sim as contas que chegam por debaixo da porta e não tenho como pagar.
Não sou muito chegado a fábulas ou historinhas pra boi dormir, sou ignorante ao ponto de achar que certas coisas só acontecem com o vizinho, principalmente as boas. Sou irresponsável em desviar o pensamento e querer mesmo é escrever algo quando ainda estiver com efeito do álcool em meu sangue, definitivamente sairia algo extraordinário, com começo meio e fim, ou então, sem o efeito da bebida, escrever em códigos, com declarações escondidas entre argumentos, que só o alvo em questão pudesse entender, criando um jeito próprio de escrever, como faziam Os Karas, de Pedro Bandeira, baseando toda a escrita no código do ‘Tênis Polar’. Mir dorri fesmi, e quo polhe i dazos lie asai pie nelgo irram.
Mas uma coisa não tem nada a ver com a outra, os parágrafos estão longe de estarem no mesmo artigo, assim como o sucesso e a má vontade. O que pode haver como resultado final de tudo acima é como cada um visualiza esse problema a se resolver, será algo para se somar? Diminuir? Dividir? Multiplicar? Deve ser algo para se pensar bem antes de começar a se resolver, eliminando de imediato tudo que está entre parênteses, deixando assim tudo bem às claras, mas sem esquecer-se do mistério dos códigos, porque acho que a vida sem um pingo de problema para esquentar a cuca é pura monotonia.
O que você me daria em troca para te satisfazer, resolver seus problemas e ainda por cima te balançar antes de dormir? Mas espere, antes de chegarmos a um valor, lhe adianto desde já que nada do que eu fizer será por completo, sempre haverá o sentimento de inacabado ou faltando um parágrafo entre um e outro, não sairei e muito menos armarei campana em lugar algum a procura de novas histórias, com o tempo será visível a vida em círculos que irá se formar com o uso das mesmas palavras, inteligentemente distribuídas de formas diferentes apenas para lhe iludir a pensar que ali está algo novo.
E então, como vai ser? Está disposto a ajudar alguém a lhe pregar peças, esconder as chaves do seu caminho certo no próprio bolso e mandar você procurá-las no outro lugar, lavar as suas toalhas sempre com a mesma água suja?
O tempo parou, tenho certeza... e nada combina com nada.
Não sou muito chegado a fábulas ou historinhas pra boi dormir, sou ignorante ao ponto de achar que certas coisas só acontecem com o vizinho, principalmente as boas. Sou irresponsável em desviar o pensamento e querer mesmo é escrever algo quando ainda estiver com efeito do álcool em meu sangue, definitivamente sairia algo extraordinário, com começo meio e fim, ou então, sem o efeito da bebida, escrever em códigos, com declarações escondidas entre argumentos, que só o alvo em questão pudesse entender, criando um jeito próprio de escrever, como faziam Os Karas, de Pedro Bandeira, baseando toda a escrita no código do ‘Tênis Polar’. Mir dorri fesmi, e quo polhe i dazos lie asai pie nelgo irram.
Mas uma coisa não tem nada a ver com a outra, os parágrafos estão longe de estarem no mesmo artigo, assim como o sucesso e a má vontade. O que pode haver como resultado final de tudo acima é como cada um visualiza esse problema a se resolver, será algo para se somar? Diminuir? Dividir? Multiplicar? Deve ser algo para se pensar bem antes de começar a se resolver, eliminando de imediato tudo que está entre parênteses, deixando assim tudo bem às claras, mas sem esquecer-se do mistério dos códigos, porque acho que a vida sem um pingo de problema para esquentar a cuca é pura monotonia.
O que você me daria em troca para te satisfazer, resolver seus problemas e ainda por cima te balançar antes de dormir? Mas espere, antes de chegarmos a um valor, lhe adianto desde já que nada do que eu fizer será por completo, sempre haverá o sentimento de inacabado ou faltando um parágrafo entre um e outro, não sairei e muito menos armarei campana em lugar algum a procura de novas histórias, com o tempo será visível a vida em círculos que irá se formar com o uso das mesmas palavras, inteligentemente distribuídas de formas diferentes apenas para lhe iludir a pensar que ali está algo novo.
E então, como vai ser? Está disposto a ajudar alguém a lhe pregar peças, esconder as chaves do seu caminho certo no próprio bolso e mandar você procurá-las no outro lugar, lavar as suas toalhas sempre com a mesma água suja?
O tempo parou, tenho certeza... e nada combina com nada.
Assinar:
Comentários (Atom)