segunda-feira, 29 de setembro de 2008

Do outro lado do trilho

Costumava atravessar a linha de ferro que ficava a frente da casa dos avós, a única barreira que os impediam de chegar até ali era um pequeno muro, que na verdade servia apenas como um local para se sentar no fim do dia e jogar conversa fora. O muro também foi residência de um enxame de abelhas por uns tempos, as fabricantes de mel tiveram que sair de lá com o calor de um incêndio proposital.

Olhavam de um lado pro outro, antes de cruzar a linha de ferro, o perigo vinha do forte trem que passava de minutos em minutos, com seu barulho tradicional ao passar com as pesadas rodas nos encontros de uma linha de ferro com uma outra, o forte apito avisando a todos que já estava chegando à estação bem próxima, completava o som que vinha dos trilhos. Aquele som que enchia a casa e sempre incomodava o apresentador da TV ligada na sala, não os permitindo ouvir o que estava se passando naquele momento, aquele som que os acordava ainda na madrugada da manhã.

Quando enfim chegavam ao outro lado do trilho, se enfiavam num buraco feito na tela de proteção que protegia a avenida grande que paralelamente a linha de ferro, ia também em direção a prosperidade, servindo de corredor para milhares de carros e caminhões. Naquele mesmo ponto, após aquele mesmo buraco na tela de proteção, eles já se acotovelaram uma vez com outros tantos, que também vieram do outro lado do trilho, para ver passar o maior representante da igreja católica no mundo, acenaram pra ele, apesar de achar que ele não os viu – ele trafegava num carro branco, sem vidros e a parte de trás. Ele estava em pé, de branco, com um sorriso fraterno no rosto.
Naquela manhã eles não cruzaram a avenida, até porque não precisava, mas nem sempre era assim, no fim do dia, ainda com o sol raiando perto do horizonte, eles cruzavam a pista negra em direção a fabrica do lado de lá, ficavam em frente a uma imensa janela de vidro, toda fechada, e no lado de dentro ficava uma grande maquina ditando o vai e vêm das garrafas de refrigerantes que recebiam o suco com gás e as tampas como lacres.

Eles ficavam ali boa parte do tempo, os carros a passar ao lado e a calçada inclinada serviam também como um ótimo passatempo. Dali eles enxergavam a casa dos avós, do outro lado da linha. Conseguiam ver a parte de cima do sobrado, e a luz que vinha do lado de dentro da janela aberta, escorado nela estava o avô, pastorando a todos.
A cem metros dali existia outro ponto comercial que eles sempre iam; A padaria, com os bolos feitos na hora, o cheirinho de pão novo e os doces que faziam à alegria da criançada.


Hoje em dia eles não cruzam mais a linha de ferro, até porque não existe mais o buraco na tela de proteção, hoje em dia a fabrica de refrigerantes não existe mais, e a única maneira de enxergar dentro dela é por cima, por entre as vigas de madeira de se acabam com o passar do tempo, hoje em dia o imóvel da fabrica está abandonado, hoje em dia não há como sentir o cheiro dos pães e bolos da padaria, no local há apenas carros enfileirados a espera de um comprador e o único cheiro ali é de gasolina e motor castigado, hoje em dia eles não ficam em cima do muro ao fim do dia conversando, quanto mais os avós para pastorá-los, hoje em dia quando eles trafegam pela avenida, ainda conseguem enxergar uma luz dentro da casa quando a janela está aberta, mas não tem a mínima idéia de quem ali está a se debruçar.

Hoje em dia eles perderam a ingenuidade daquela época, e o Papa já não trafega mais pelas ruas sem um vidro a protegê-lo.

segunda-feira, 22 de setembro de 2008

NP # 2 - Aniversário de Gracyanne Barbosa

Para comemorar o aniversário de sua noiva, a dançarina Gracyanne Barbosa, o cantor Belo preparou uma festa na boate Crystal, em Ipanema, Zona Sul do Rio de Janeiro, neste domingo, 21. A morena, rainha de bateria da Mangueira, completou 26 anos no sábado, 20, e ganhou de presente do cantor um anel da H.Stern. Com um microvestido amarelo, ela se jogou na pista de dança ao som do MC Serginho e Lacraia. A cantora Perlla e seu namorado, o jogador do Flamengo Léo Moura, e a Mulher Maçã foram à comemoração.

Via; Ego.globo.com
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Depois do pedido da Rita Cadillac para ser enterrada de bruços para que todos a reconheça, esse bolo foi algo mais apelativo que eu já vi

quinta-feira, 18 de setembro de 2008

Pedro Bó

Às vezes tomamos decisões erradas e nos arrependemos. Eu tomei uma decisão errada, ou melhor, Eu fui omisso e não sei exatamente a quem pedir perdão, não sei como acalentar essa dor que machuca o meu peito e enche meus olhos de lágrimas.

Só queria que soubesse que sinto muito e que sinto saudades.
Não sei ao certo se tudo isso já veio escrito desde aquela manhã quente, em que você passou por mim 2 vezes dentro de uma caixa, na 1ª vez junto a tantos outros iguais a você, e tudo aquilo não me chamou atenção, teve que passar novamente para que eu pudesse lhe notar e me apaixonar.
Cuidei de você e vi seu corpo criar forma e se pintar de uma cor só, te levei aonde poucos o levariam, por tantas noites você dormiu ao meu lado, demonstrando carinho, me pastorando durante toda a noite, se tornou meu amigo inseparável, fazendo do meu nome a única palavra dita por você durante toda a vida, deixando claro assim toda a sua lealdade, mas apesar disso tudo, o que te dei em troca nesses últimos meses foi o descaso.
Me perdoa, me perdoa.

No momento o que sinto é isso, não queria que tudo tivesse acontecido como aconteceu, me culpo bastante, a cada segundo, fui um estúpido com quem sempre demonstrou amor a mim, demonstrou até no fim, se segurando de dor durante todo o dia para poder enfim, no começo da noite, pela ultima vez vim para a minha mão e repousar em paz.
Não sei ao certo onde guardar tanta dor, a ferida está exposta, espero que um dia você venha em meus sonhos me dizer que está tudo bem.

Adeus Pedro Bó.


Não sei exatamente o que estou fazendo, essas linhas virtuais não representam nada, mas é algo que estava engasgado desde ontem.

segunda-feira, 15 de setembro de 2008

Você de volta

Que bom te ter de volta, as inúmeras noites de uma saudade que me matava lentamente fazendo meu coração bater forte, me incomodando com lembranças suas, ora com imagens nossas juntos, ora visualizando você com ela. Vivi as noites mais longas que um ser humano já pode ter vivido e vagava durante os dias como uma zumbi, sem ter ao certo pra onde ir ou o que fazer.
Mas agora que você esta aqui comigo, quero esquecer isso por completo, não me interessa o que passou e o que você fez, apenas me prometa me amar como antigamente, me beijar como nunca, me olhar com desejo, sussurrar-me palavras sacanas quando estivermos nus a desmentir a física ocupando o mesmo espaço no universo, Fazer-me implorar pra você ir mais fundo, fazer brotar de mim o suor com o odor da luxúria, mergulhar em minha boca seu sexo e se lambuzar no meu, me prometa sermos o que éramos antes e te prometo ser tudo o que você jamais sonhou, ser sua em todos os momentos – desde já -, ser seu amuleto nos momentos de sorte e sua ponte para cruzar os momentos ruins.

Que bom te ter de volta, só assim posso voltar a ser eu de novo, a ser alguém, voltar a sentir o gosto nos alimentos e sorrir como uma criança.
Ao seu lado as minhas noites deixaram de ser intermináveis para, com a ajuda do seu colo, se transformar em inesquecíveis momentos com os melhores sonhos.


Espero que tudo isso acima se torne realidade, estarei sempre a te esperar.

De sua eterna apaixonada.

quarta-feira, 10 de setembro de 2008

O uso da palavra

Me encanta o desenrolar de idéias em forma de texto, a forma como se coloca no papel algo que surge do nada, às vezes tudo vem surgindo junto com o atrito da caneta e o papel. O inicio talvez seja a parte de mais árduo trabalho – esse artigo que o diga -, buscar a atenção do leitor que nem sempre tem tempo de sobra ou então sem um pingo de bom humor para continuar lendo o que você pensa. A busca pela ‘Palavra’ certa na hora certa, a maneira como elas se distribuem. Sim, claro, a preocupação é dar forma a tudo que surge, como não? Imaginem aí uma nuvem de palavras misturadas, dali podemos formar algo, mas se vierem a bel prazer de apenas digitar e digitar, pode acabar se transformando em algo sem sentido.
Diz arvore em vídeo cerca a tormenta os poucos certos ela acabou bingo sete as igual azul.
Entendeu o que eu quis dizer acima? Talvez.

O mais interessante é pra onde alguns contadores de histórias levam claramente o conto, usando simplesmente uma maneira apelativamente calcada em adjetivos chamativos, inexplicavelmente deixando a vida das personagens, por exemplo, incrivelmente de bem com tudo, pessoas beirando super poderes ou que levam a vida num extremo relax.

Há também os que têm por hábito, partilhar palavras difícil até de aludir, esgueirando-se assim de palavras triviais.

No começo do texto falei que o inicio de tudo necessita de uma atenção impar, em que tudo o que se é colocado na pauta em questão deve-se ter bastante cuidado, o fim da história tem também o seu grau de dificuldade, é quando o dissertador não sabe ao certo quando terminar.

Tudo, menos isso!

O que se fazer quando se percebe que a inspiração se foi?Que não lhe pertence mais. Que aquelas idéias que vinham rápidas feitas flechas ao ar de uma hora pra outra se esgotaram?

Antes de procurar a resposta, as mãos vêm a cabeça na clara demonstração de desespero. Todos nós precisamos desse “algo” mais, do momento sublime quando a “lâmpadazinha” da boa idéia aparece sobre nós. E esse desespero é maior quando o assunto é arte. O que será de um cineasta sem novas imagens, de um pintor que só enxerga os mesmos formatos para as nuvens ou de um músico que não acha a rima certa?
É froide

No mundo musical é triste presenciarmos tal coisa, principalmente quando se trata de uma banda querida. Tudo vem às mil maravilhas e de um CD a outro...Pufo! O encanto acaba. É um tal de : “esse é o nosso álbum mais difícil de ser digerido pela maioria do publico”.

Alguns desistem logo do babado, jogam tudo pro ar, e saem de cena sem alardes ( se bem que a maioria inventa um final conturbado com direito a brigas para ver se a banda volta a mídia), outros tentam de qualquer maneira continuar, gravam cd´s ao vivo, dão uma nova roupagem a antigas musicas( muitas vezes no formato acústico) e tentam assim, uma 2ª chance. De um jeito ou de outro, deve ser dolorida a sensação do “Já deu o que era pra dar”. Existem também as bandas que são carregadas por fãs que dão o sangue pela banda e não querem de jeito nenhum ficarem órfãos.


Agora, sabe qual a maior dor (de cotovelo)? É estar numa banda, não se comportar como bom menino e ser chutado para fora de uma hora pra outra. Ah, isso deve ser o fim da picada. Posso enumerar aqui o Dave Mustaine do Megadeath, que estava na formação original do Metallica, e por causa de bebedeira, foi posto pra fora. Até hoje ele chora por isso. Tem também o Renato Rocha, ex-baixo da Legião Urbana e o Patrick Lapan, ex-Los Hermanos, que devido ao seu temperamento, caiu fora e foi para o Detonautas, E depois? Rua de novo!



E por fim, o que fazer sem a tal da inspiração?
Se virar meu velho. Se virar!
Eu estava sem nada pra escrever, e acabou saindo essas linhas tortas.
Então: “se vire, se recicle”



Texto escrito originalmente no Diversidade Musical, colado aqui apenas para aumentar o Sanduíche

sexta-feira, 5 de setembro de 2008

Números

Na semana de vinte e cinco de agosto até trinta de agosto, o apurado foi oitocentos e oito reais e vinte e seis centavos, isso tudo menos a despesa geral – que aí incluem desde a energia até a folha dos funcionários – foi quarenta reais, tendo um saldo de setecentos e sessenta e oito reais e vinte e seis centavos – soma esse valor com o que o saldo anterior, que era de dois mil e doze reais e sete centavos, temos um resultado de dois mil setecentos e oitenta reais e trinta e três centavos, disso tudo diminuímos um ‘AV’ de quinhentos reais dados na semana passada, ficando então o saldo final em; dois mil e duzentos e oitenta reais e trinta e três centavos.

Até a próxima semana

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